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Consultorias Para produtores Rurais

Com o objetivo de levar aos produtores rurais de Passo Fundo/RS e região as melhores soluções para os desafios encontrados no cotidiano das atividades agrícolas, o Instituto Agris oferece consultoria especializada.

Com uma visão de futuro e foco na gestão de empresas rurais, a consultoria alia as melhores tecnologias testadas em campo experimental e em laboratório, com um planejamento que considera o sistema produtivo como um todo.

Atuamos ao lado do produtor em todas as etapas da cadeia produtiva. As decisões são tecnicamente embasadas, visando a minimização de riscos, a redução de custos e o aumento da rentabilidade das empresas rurais.

Para mais informações sobre a Consultoria Agrícola do Instituto Agris, entre em contato conosco!

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Perda da Soja por Amassamento

De acordo com levantamento feito pelo Instituto Agris, os danos causados pelo amassamento da lavoura de soja pelo rodado do equipamento de pulverização podem varia de 1,5 a 3,8 sacos/ha. 🌱

Considerando uma aplicação transversal a linha de semeadura com espaçamento de 0,45m, onde duas rodas no eixo do autopropelido com 0,35m cada, largura da barra de aplicação de 14m, por exemplo, amassam em uma área de um hectare 70 m² de cultura destruída em cada passada, totalizando 500 m² destruídos.

Tome-se como exemplo, uma lavoura de soja com rendimento potencial de 4.200 kg de grãos/ha. Nesse potencial de rendimento, em 500 m² amassados há uma redução no rendimento de grãos de 210 kg/ha.

Considerando o preço do saco (60kg) de soja de R$ 170,00 (valor em 12 de janeiro de 2022), o dano de 210 kg/ha pelo amassamento, corresponde a uma perda de R$ 595,00/ha ou o equivalente a 3,5 sacos de soja/ha. Danos mais expressivos podem ser ocasionados caso a aplicação seja feita paralelamente às linhas de semeadura. 💸

Deve-se considerar nesse cálculo se o deslocamento do equipamento é orientado por GPS/RTK ou não. Caso não seja, os danos do amassamento podem ser maiores. Também pode ser considerado aqui a precisão do GPS/RTK em garantir nas demais aplicações a passagem exata no mesmo trilho amassado pela primeira aplicação.

Antracnose da soja

Antracnose da soja
A antracnose é uma doença muito comum em todos os locais em que a soja é cultivada. É causada pelo fungo Colletotrichum truncata, que ataca os órgãos verdes fotossintetizantes da planta.

Causa sintomas do tipo cancro deprimidos e profundos, e um tipo de frutificação, caracterizadas por setas ou hifas pontiagudas, que podem ser vistas com uma lupa de mão.
Disseminação
Ao infectar as vagens verdes, a antracnose coloniza a semente em formação. Quando se inicia o processo de desidratação, a semente e o fungo entram em dormência, e assim permanecem durante a colheita e armazenagem.

Após a semeadura, surgem lesões nos cotilédones, evidenciando, assim, a transmissão da doença. Nestas lesões se veem os acérvulos com uma massa creme gelatinosa no seu interior, que são as frutificações do tipo conídio. Essa é uma frutificação chamada de molhada, ou seja, requer respingos de chuva para que sejam liberados dos acérvulos.

Portanto, as gotículas de chuva veiculam o inóculo, que, ao caírem sobre tecidos verdes (principalmente hastes e vagens), iniciam o processo de infecção.
Além disso, este fungo também sobrevive pela colonização ativa saprofítica da palha da soja. Ou seja, sempre que houver teor de água suficiente, ele pode esporular, produzindo inóculo, atingindo, assim, as plantas na safra seguinte.

Danos
A doença causa morte das plântulas, redução da população de plantas e, por consequência, diminuição na quantidade e na qualidade dos grãos da soja.

Ensaios conduzidos pelo Instituto Agris mostram que o número de nós estrangulados pela antracnose pode variar de 0,4 a 1,9 por planta, respondendo ao manejo de controle empregado para cada situação.

Autores como Hartwig (1959), Yorinori (1996), Koenning & Creswell (2006) citam danos na cultura de 18% a 45%. As perdas econômicas também são expressivas. Uma lavoura com rendimento potencial de 75 sacas/ha com 5% de incidência da antracnose em vagens/legumes, por exemplo, pode ter uma redução de produtividade de 139 Kg/ha. Com o preço da saca de soja em R$150,00 a perda estimada desta lavoura seria de R$347,25/ha.
A antracnose é uma doença silenciosa, que em muitos casos só é percebida quando já não é mais possível de controlar. Por isso, é importante que o produtor fique atento a sua lavoura e às práticas de manejo para controle da doença.

Controle:
O manejo da antracnose passa por três pontos principais: sementes, rotação de culturas e manejo químico e biológico.
– Sementes: Opte por sementes que tenham sido produzidas em áreas de rotação de cultura. Além disso, a eficiência da cobertura do tratamento de sementes é fator determinante para o sucesso do controle da doença. Por isso, recomenda-se que o TS seja feito com fungicidas que apresentem controle superior a 95%, tais como fenilpirazol, benzimidazóis e alguns triazois.
– Rotação de culturas: Evite a sucessão de soja com leguminosas, como lentilha, vigna e feijoeiro. De acordo com Reis, E., M., et al. (2011), para a total decomposição dos restos

cultural da soja são necessários 34 meses, portanto, enquanto houver resto cultural da safra anterior na lavoura, terá a presença da antracnose.
– Manejo químico e biológico: Especialmente em regiões que não realizam rotação com uma cultura alternativa à soja, recomenda-se o uso de produtos biológicos para acelerar a decomposição dos restos culturais da soja cultivada no ano anterior. Além disso, é recomendável o uso de fungicidas com maior fungitoxicidade. Algumas carboxamidas se destacam com maior resposta para o controle da antracnose em parte aérea, como o benzovindiflupir (Silva, B., S., et al. (2019)).
Conhecer o histórico da área, observar o clima e fazer e monitorar lavoura são medidas essenciais para o controle da antracnose na soja.

Fungo ninho-de-pássaro

Hoje vamos falar sobre o fungo popularmente chamado de ninho-de-pássaro. Ele é conhecido dessa forma porque seus corpos frutíferos assemelham-se a pequenos ninhos com pequenos ‘ovos’ em seu interior. Essas estruturas têm sido confundidas com os apotécios do fungo Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-branco da soja.

Com a alteração da biota das lavouras causadas pelo avanço do plantio direto e o consequente acúmulo de matéria orgânica, surgiram novas espécies de organismos vivos envolvidos com o processo de decomposição, como por exemplo, o fungo ninho-de- passarinho.
O fungo, provavelmente pertence a espécie Cyathus striatus. Seus peridíolos podem ser facilmente observados na superfície de folhas de soja, juntamente com o com cordão funicular.

As paredes do ninho têm uma forma tal que, quando uma gota de chuva atinge um deles com o ângulo certo, os “ovos” são expelidos a uma distância razoável (até 1,0 m). A força de ejeção rompe os funículos, liberando o cordão funicular. O hapteron ligado a parte final do funículo é aderente, e quando em contato com a haste de uma planta próxima, a ela se fixa podendo a corda funicular se enrolar na haste. Os peridíolos se degradam com o
tempo e liberam os basidiosporos presentes em seu interior, ou podem ser ingeridos por animais herbívoros e liberados após passarem pelo seu trato digestivo. Com a germinação, dos esporos reinicia-se o ciclo de vida.
O ninho-de-pássaro não é causador de danos.