Hoje vamos falar sobre o fungo popularmente chamado de ninho-de-pássaro. Ele é conhecido dessa forma porque seus corpos frutíferos assemelham-se a pequenos ninhos com pequenos ‘ovos’ em seu interior. Essas estruturas têm sido confundidas com os apotécios do fungo Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-branco da soja.
Com a alteração da biota das lavouras causadas pelo avanço do plantio direto e o consequente acúmulo de matéria orgânica, surgiram novas espécies de organismos vivos envolvidos com o processo de decomposição, como por exemplo, o fungo ninho-de- passarinho.
O fungo, provavelmente pertence a espécie Cyathus striatus. Seus peridíolos podem ser facilmente observados na superfície de folhas de soja, juntamente com o com cordão funicular.
As paredes do ninho têm uma forma tal que, quando uma gota de chuva atinge um deles com o ângulo certo, os “ovos” são expelidos a uma distância razoável (até 1,0 m). A força de ejeção rompe os funículos, liberando o cordão funicular. O hapteron ligado a parte final do funículo é aderente, e quando em contato com a haste de uma planta próxima, a ela se fixa podendo a corda funicular se enrolar na haste. Os peridíolos se degradam com o
tempo e liberam os basidiosporos presentes em seu interior, ou podem ser ingeridos por animais herbívoros e liberados após passarem pelo seu trato digestivo. Com a germinação, dos esporos reinicia-se o ciclo de vida.
O ninho-de-pássaro não é causador de danos.